sexta-feira, 7 de março de 2008

Em busca dos cromossomas gigantes


Numa das muitas manhãs de investigações árduas e trabalhosas, um grupo, pessoas vulgares, jovens artistas com uma visão da ciência incrivelmente apurada, atingem o objectivo que os pode levar ao topo. Recentemente, mais precisamente no dia 21 de Fevereiro de 2008, após várias tentativas falhadas descobrimos os tão famosos cromossomas gigantes. Para encontrar experimentalmente estes cromossomas (que se encontram nas glândulas salivares das larvas de Drosophilas melanogáster) há que tomar certas precauções, como uma ligeira, mas também aprofundada pesquisa neste ramo.
Para quem simplesmente se limita a ver, pode parecer uma tarefa extremamente simples, em que se disseca uma mosca de mais ou menos 2 milímetros, decapitando-a até a cabeça estar totalmente separada do pequeno corpo, para iniciar a busca, mas cuidado para quem tem a visão pouco apurada pois pode se tornar uma tarefa difícil. Comecem por tratar esse assunto primeiro, só depois aprendam como um método assim tão simples se pode tornar complicado. Para começar o procedimento experimental, há que o preparar apropriadamente. Após a recolha do material necessário, inicia-se a experiência. Numa lamela coloca-se uma gota de soro, e ligeiramente ao lado, a larva (mas sem tocar). Com uma espátula imobiliza-se a larva aplicando um pouco de força., logo a seguir com um estilete desliza-se suavemente sobre a parte superior da larva (onde se encontram as mandíbulas) até ao soro. De seguida, no microscópio, procura-se as glândulas salivares, separando-as para seguidamente aplicar o corante, para então posteriormente partir em busca dos cromossomas.
Um processo em que na teoria parece fácil, mas na prática torna-se muito preciso, já que o objecto de trabalho é um ser cujo tamanho não nos favorece.
Podemos admitir que nem tudo nos correu bem nesta descoberta, várias larvas morreram em vão, mas tiveram sim um papel importante, pois assim adquirimos a experiência necessária para proceder da forma adequada.
Surge então a pergunta, de onde apareceram as informações necessárias?
Já que não é um tema muito conhecido pelo senso comum torna-se complicado encontrar essas mesmas informações. A nossa salvação foi a Internet, um meio que cada vez mais se torna indispensável na realização de muitos trabalhos, mas não basta um “clique” para se obter o que queremos. Tornou-se num contratempo pois foi muito complicado encontrar informações que sejam verídicas e não simplesmente inventadas por outrem.
Apesar de todas as desvantagens, conseguimos obter um ponto positivo nesta busca. Após a descoberta, um sentimento de satisfação, de alívio, e sobretudo de alegria por todos os nossos esforços saírem dali recompensados. Apercebemo-nos que nem tudo é tão vago e extraordinariamente grande, pois tudo é formado por coisas minimamente pequenas.
Como ponto final, temos que realçar a desilusão nas posteriores aulas, pois mais nenhuma vez conseguimos identificar e encontrar os cromossomas em questão, já que nem sempre o processo é realizado correctamente pois basta um mínimo erro durante o procedimento para o resultado final sair errado.

Mokidros

Recentemente integrámos a página do projecto Mokidros. Este projecto resulta do desenvolvimento de trabalhos do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), e pretende aplicar esses trabalhos de investigação nas escolas. Com o Mokidros, o IBMC pretende divulgar uma nova ideia de participação na actividade científica e laboratorial na qual em muito contribui a disciplina de Área de Projecto. Assim, recorre-se com frequência ao modelo biológico Drosophila melanogaster. Ao fazer a compilação dos protocolos já existentes e associando a sua utilização em sala de aula, assumem o compromisso de complementar o ensino teórico com uma prática associada ao trabalho laboratorial.
Para tal, foram montadas, no ano lectivo de 2006/2007, uma estação de trabalho em cada escola envolvida no projecto com vista à criação e análise de moscas da fruta.